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Alimentação rica em peixe e laticínios assegura dose diária recomendada de iodo

O Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Ricardo Jorge efetuou um estudo com o intuito de caracterizar o teor de iodo em alimentos representativos da dieta portuguesa, tendo sido concluído, com base em resultados preliminares, que uma alimentação rica em peixe e laticínios supre a dose diária adequada (150 μg/dia) para adultos saudáveis, não gestantes.
Foram analisados peixes, mariscos e bivalves, leite e derivados, vegetais, fruta e refeições compostas.
O iodo é fundamental para a síntese das hormonas da tiroide (tiroxina e tri-iodotironina). Os alimentos constituem a fonte natural de iodo, podendo a sua deficiência conduzir a casos de bócio, mortalidade infantil e hipotiroidismo. Estudos citados pela investigação do INSA mostram deficiências significativas de iodo em mulheres grávidas em Portugal, bem como um aporte inadequado em mais de 50 por cento das crianças portuguesas, com especial incidência em Açores e Madeira. Por este motivo, desde 2013 que a Direção-Geral de Saúde recomenda às grávidas a ingestão de suplementos de iodeto de potássio e que a Direção-Geral da Educação introduziu sal iodado nas cantinas escolares.
Os investigadores analisaram 480 alimentos, tendo o teor de iodo sido determinado através da técnica de espetrometria de massa com plasma indutivo acoplado (ICP-MS). De acordo com os autores deste trabalho, “quantificar iodo em alimentos como consumidos permite estimar o seu aporte diário com dados reais, revelando-se muito útil por não existirem, na literatura científica, tabelas com dados de retenção de iodo em alimentos quando cozinhados”.
Os resultados de iodo obtidos foram sequenciados por ordem decrescente de concentração de iodo (marisco/bivalves > peixe > laticínios > refeições > vegetais > frutas. O pescado é o grupo mais rico em iodo, variando entre um máximo de 114 µg/100g (mariscos e bivalves) e um mínimo de 32 µg/100g (peixe). Já as refeições à base de pescado apresentaram um teor de iodo muito inferior ao do primeiro grupo, provavelmente devido ao baixo teor de iodo do arroz e batata. De realçar, também, no grupo de alimentos estudado, a semelhança no teor de iodo do leite e do iogurte.