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Sistemas de saúde: como mitigar a fragilidade dos mais velhos?

Uma iniciativa europeia para fazer face à fragilidade dos idosos. Construir um entendimento comum sobre o conceito para que seja possível atuar na prevenção. É este o objetivo da ação comum europeia advantAGE, a primeira direcionada a este problema.

A iniciativa conta com a participação de 22 Estados-Membros e mais de 33 entidades, sendo cofinanciada pela União Europeia. A ideia é construir um entendimento comum dos modelos de cuidados para fazer face à fragilidade dos mais velhos, tendo como enquadramento um marco europeu comum.

Conhecer a fragilidade, individualmente e na população

O leque de ação desta plataforma divide-se essencialmente em atividades horizontais e investigação. Entre as atividades horizontais inclui-se a comunicação, sensibilização e disseminação desta ação comum, para criar consciência sobre a fragilidade e assegurar que as atividades e os resultados desta ação chegam aos destinatários, ou seja, responsáveis políticos, profissionais de saúde e também cuidadores formais e informais. As informações serão difundidas através do site do projeto advantAGE, das redes sociais, de um boletim semestral, publicações e apresentações nacionais e internacionais, folhetos, relatórios e outros meios de comunicação. A avaliação será outra das dimensões deste projeto, sendo esta atividade centrada numa análise objetiva da relevância, eficiência e impacto da ação conjunta através de um conjunto de indicadores. Este grupo de trabalho é liderado pelo italiano Istituto Nazionale di Riposo e Cura per Anziani e co-liderado pelo Ministério da Saúde português, através da Direção-Geral de Saúde.

A criação de uma linguagem comum é uma peça importante neste processo. Por isso, importa definir a fragilidade como uma entidade clínica única a nível individual em diferentes níveis de cuidados, mediante o desenvolvimento de uma metodologia comum que permita definir, detetar e diagnosticar esta condição, permitindo a identificação dos adultos mais vulneráveis. Este grupo de trabalho vai ainda estabelecer a ligação entre doenças crónicas e fragilidade, distinguindo as situações, já que a fragilidade oferece o melhor indicador de uma possível função comprometida e, por conseguinte, de uma qualidade de vida boa ou má no futuro. Partindo destes pressupostos, o grupo irá recorrer a revisão de literatura científica sobre o tema, à análise das atuais ferramentas de deteção e diagnóstico da fragilidade, e à identificação dos aspetos clínicos da fragilidade, de modo a avaliar padrões de multimorbilidade e as suas interações no desenvolvimento e progresso da fragilidade. Será também avaliado o impacto da fragilidade como consequência de doenças crónicas e das condições em que são prestados os cuidados de saúde de longo prazo.

Para abordar a fragilidade em termos de população, é preciso abordar os cuidados primários. O grupo de trabalho dedicado a esta tarefa vai procurar determinar a prevalência atual da fragilidade com especial foco nos cuidados de saúde primários, analisando as práticas clínicas em termos de vigilância e monitorização deste aspeto, bem como a transição entre diferentes estados de fragilidade.