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Pequenas medidas para combater as infeções hospitalares e sepsis

Se o sistema imunitário e os anibióticos não forem capazes de debelar uma infeção, pode surgir uma sepsis – uma infeção que ataca diversos órgãos em simultâneo e causa uma reação excessiva do sistema imunitário.
Entrevistado pela MEDICA, o Prof. Frank Brunkhorst, do Hospital Universitário de Jena, fala da dificuldade de diagnosticar este problema, causado, em 90 por cento dos casos, por uma infeção bacteriana ou micose. O problema começa com uma infeção localizada. Se o paciente estiver imunodeprimido ou sofrer de algum problema secundário, a infeção localizada pode tornar-se sistémica. Os agentes patogénicos migram para os outros órgãos através da corrente sanguínea, gerando uma resposta excessiva do sistema imunitário que pode levar à falência dos órgãos.
70 por cento dos casos mais graves de sepsis ocorrem através de infeções nosocomiais, ou seja, adquiridas durante a estadia no hospital. Como explica Brunkhorst, os hospitais têm hoje capacidade para tratar uma multiplicidade de doenças graças aos avanços da medicina, mas muitas vezes o preço desses avanços é a sepsis.
As cirurgias extensivas facilitam a entrada de bactérias. Em pacientes com alimentação e respiração artificial, as bactérias podem mover-se ao longo dos tubos e catéteres. Segundo Brunkhorst, as medidas de higiene poderiam evitar 20 a 30 por cento dos casos de sepsis nestes pacientes.
Brunkhorst afirma que o maior problema está na falta de desinfeção das mãos antes do contacto com o paciente. Um estudo permitiu, inclusivamente, verificar que o procedimento da desinfeção só era tido em conta em 40 por cento dos casos.
Por outro lado, 90 por cento dos casos de sepsis provêm de 4 tipos de infeção classicamente adquiridas em meio hospitalar. É o caso das feridas infetadas depois da cirurgia. Nestes casos, as feridas devem ser inspecionadas regularmente e o contacto deve ser antecedido de esterilização. Os catéteres vasculares e urinários e os tubos de respiração também promovem infeção. Deve-se aferir, diariamente, se o paciente ainda necessita do catéter.
Para Brunkhorst, são as pequenas medidas que influenciam a taxa de infeções, a começar pela correta desinfeção das mãos.
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