As 4as Jornadas da APHH decorreram a 30 e 31 de outubro, tendo o balanço sido “muito positivo, segundo a presidente da associação. Maria João Lino da Silva destaca o caráter multidisciplinar do evento, que reuniu profissionais de várias áreas: médicos, enfermeiros, gestores, etc.
A multidisciplinaridade ficou patente na diversidade de apresentações trazidas ao IPO do Porto, onde decorreram as Jornadas. Sob o tema “Gestão do Risco nas Unidades de Saúde”, debateram-se assuntos como nutrição e dietética, triagem e acondicionamento de resíduos, vigilância e segurança em hospitais, limpeza e prevenção de infeções.
Ricardo Sousa, enfermeiro no Hospital Cuf Porto, dedicou a sua apresentação à Higienização do Bloco Operatório e à promoção da eficiência nesse processo, sem compromisso da eficácia. O enfermeiro salientou a necessidade de se proceder à limpeza das zonas mais limpas para as mais sujas e de se efetuar uma correta divisão dos espaços para evitar a contaminação cruzada. As principais ameaças ao sucesso destes processos, de acordo com Ricardo Sousa, são a deficiente formação dos profissionais, a ausência de supervisão, o uso de produtos ou equipamentos inadequados e a pressão para que a higienização não quebre a atividade cirúrgica. A solução deste problema reside, para o enfermeiro, na simplificação de procedimentos, que passa pela redução da variedade de produtos a utilizar, pela redução da necessidade de diluição ou do número de profissionais a executá-la, pela garantia de uma inequívoca divisão dos espaços e alocação de material específico para a sua higienização e pela garantia de que todos os profissionais sejam envolvidos na identificação de dificuldades e necessidades e na revisão do plano de higienização.
Numa apresentação dedicada à prevenção das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS), Abraão Ribeiro e Francisco Brito, do SUCH, elencaram os conceitos-chave subjacentes ao controlo do risco por contaminação microbiana, nomeadamente o controlo na fonte, a contenção, a remoção e a monitorização. O controlo na fonte passa pela utilização de superfícies microbianas e pela desinfeção com equipamentos “No Touch Desinfection”. Em termos de contenção, os oradores apresentaram a incidência em quartos individuais como opção associada a uma redução de transmissão das IACS. A remoção implica a limpeza/desinfeção e o processo de esterilização dos dispositivos médicos e a monitorização compreende o controlo microbiológico e a utilização do método atp Bioluminescência.
As 4as Jornadas da APHH contaram com mais de 200 participantes.
