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Consumo de antibióticos nos hospitais diminui entre 2011 e 2014

O mais recente relatório sobre Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos mostra que, a partir de 2012, Portugal inverteu a tendência de consumo de antibióticos, estando agora abaixo da média europeia. No setor hospitalar, o nosso país regista um decréscimo do consumo entre 2011 e 2014.
De 2012 a 2014 registou-se uma tendência crescente no consumo ambulatório a nível europeu, por oposição à situação verificada em Portugal, que em 2014 se posicionou a meio, na 16ª posição, entre um grupo de 30 países europeus.
Os antibióticos consumidos em contexto hospitalar representam uma pequena parte do total nacional, sendo que o consumo ambulatório predomina. No entanto, o consumo hospitalar assume grande relevância pelo facto de, neste contexto, serem utilizados antibióticos de mais largo espetro, com maior responsabilidade na pressão seletiva geradora de resistências.
Apesar da evolução positiva, os autores do relatório reconhecem que continua a haver margem de redução do consumo hospitalar global. No entanto, o problema reside nas dismorfias negativas constatadas no perfil do consumo nacional, com uma elevada utilização de antibióticos de largo espetro, como os carbapenemos. Os carbapenemos são antibióticos de largo espetro indicados para utilização em algumas infeções graves por agentes multirresistentes. Aliás, o consumo desta classe de antibióticos em Portugal continua a ser superior à média europeia.
Reduzir significativamente o consumo de carbapenemos nos hospitais portugueses, utilizando estes fármacos apenas nas situações em que o seu uso pode ser considerado apropriado, é, pois, um dos objetivos principais da política de controlo das resistências aos antimicrobianos do PPCIRA.
Resistência aos antimicrobianos
A taxa de resistência à meticilina em Staphylococcus aureus é um dos indicadores de resistência aos antimicrobianos classicamente medidos e reportados.
Em Portugal esta taxa atingiu 54,6% em 2011, valor situado entre os mais elevados da Europa, após uma subida progressiva, mais nítida desde 2000 (Fig. 14). Em 2013 registou-se uma descida, com establização no ano de 2014 em 47,4%.
Este valor representa uma inversão da tendência de subida anteriormente verificada. No entanto, é ainda elevado, sendo a sua redução um dos objetivos do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).
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