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Congresso APIH: Motivar as pessoas para uma boa higienização das mãos

Filipe Macedo, enfermeiro do hospital de Vila Franca de Xira e membro do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência Antimicrobiana, salientou a necessidade de motivar as pessoas para uma correta higienização das mãos, e também de disponibilizar lavatórios em múltiplos locais.
O enfermeiro salientou, também, que o microbioma hospitalar é diretamente influenciado pelos desinfetantes e antibióticos usados e menos dependente do tipo de doentes internados e dos procedimentos realizados. As causas de infeção e resistências em doentes internados têm a ver com o internamento e exposição, com procedimentos invasivos e biofilmes, com a exposição prolongada a antibióticos e com a imunodepressão induzida pela doença. Dois dos fatores de risco para exposição são a incorreta higiene das mãos e das superfícies. Para uma boa higienização das superfícies, o enfermeiro salientou a necessidade da existência de um bom Caderno de Encargos.
Guenter Herr, consultor técnico da empresa Clean Check, frisou a necessidade de se medir a qualidade, tendo em conta a grande competição entre empresas de limpeza, a existência de muitas empresas certificadas e a utilização do critério do menor preço nos concursos, ao invés do critério da proposta economicamente mais vantajosa.
Também neste âmbito se discutiu a necessidade de elaborar um Caderno de Encargos com linguagem técnica correta, introdução de procedimentos, introdução de objetivos de limpeza (observação visual), limites críticos (observação com equipamento eletrónico de medição de higiene e com placas de contacto), indicação de métodos de qualidade e tabela de descontos.
No âmbito da comunicação “Contributos da Gestão Hoteleira na Prevenção da Infeção Hospitalar”, proferida por Alexandra Santos, diretora dos Serviços Hoteleiros do Hospital Garcia de Orta, e por Sandra Olim, diretora dos Serviços Hoteleiros do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, frisou-se a importância de uma correta definição de circuitos entre zonas de sujos e zonas de limpos para evitar as infeções cruzadas.
Salientou-se, também, a importância de realizar análises laboratoriais, nomeadamente à roupa e carros de transporte, para se detetar se foram sujeitos a uma desinfeção capaz. Também foram recomendadas visitas periódicas às instalações dos prestadores de serviços, de preferência de surpresa.
Sobre os Resíduos Hospitalares, o número e tipo de contentores deve estar adequado às necessidades de cada unidade. Deve ser verificada a forma como são higienizados os contentores, bem como a forma de armazenamento dos resíduos.
Sobre a Higiene e Limpeza, nos Cadernos de Encargos devem estar já incluídos os princípios de controlo da infeção, sendo necessária a apresentação de fichas técnicas dos produtos de higienização. Têm de ser verificados os métodos e técnicas de limpeza/desinfeção, nomeadamente se os carros de higiene têm o número de panos adequados e a identificação e diluição dos produtos correta e se as técnicas de limpeza são bem aplicadas, tendo em conta o nível de risco e a necessidade de cada local a cada momento.
Sobre a Segurança de Pessoas de Bens, devem estar bem implementados circuitos para situações de emergência ou catástrofe. São necessários os planos de contingência e a contenção de pessoas e materiais.
Sobre a desinfestação, frisou-se a importância de garantir que o ambiente está livre de espécies animais indesejáveis e potencialmente portadores e disseminadores de doenças.